segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Sobre eu mesma agora Parte I

Eu mesma agora não sei quem sou.
estranho
Essa falta de reconhecimento.
Me reconheço no espelho, claro.
Quase sempre.
Esse não é o problema. O problema é que não reconheço os outros.
Que estranha essa sensação, o não reconhecimento do outro.
Me sinto um alien, ou pelo menos, certamente alienada.
Sinto realmente estar fora da raça humana, como se nunca mais fosse capaz de entender nada da experiência humana.
Talvez eu volte.
Um dia.
Ou, quem sabe
não.

Sobre a Dor Verdadeira I

Dor física.
Dor.
Essa dor é de fato a maior e mais horrível dor que um ser humano pode experimentar.
Quem disse que a dor emocional pode ser pior nunca experimentou a dor física verdadeira.
Quem fala isso, nunca foi mais longe que um corte no joelho, ou um braço quebrado.
A dor verdadeira, a dor realmente insuportável, é a física.
Se não fosse assim, as pessoas seriam torturadas com palavras. Mas o são com ferro e vidro.
É bem diferente.
Um dia, faz alguns anos, eu passei por uma experiência de dor.
Não que antes disso eu não tivesse sofrido. Eu sofri.
Não que não tenha desejado morrer, desejei.
Mas nesse dia,
há alguns anos,
eu não sabia.
Não fazia a menor idéia.
Então,
em um segundo apenas,
eu soube.
Descobri.
Do que sou feita.
De que todos somos feitos...

De dor. Plena. Enorme. Incomensurável. Impossível. Indizível.

Somente então percebi que sou humana, que sou carne.

E nada mais.

Talvez um dia eu conte o que aconteceu.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Sobre Mulheres Parte I


Ahhh, mulherão hein?!?!?!? Vocês nem imaginam meus amigos, mais do que mulher, artista e esquilo. Dama do nove. La, lé , li, lo lupatinadora. Incontrolável. Cuidado Curitiba! E pode dominar o mundo antes do dia nascer. Mas eu não conto que é nem sob tortura.

Na verdade, na verdade mesmo, tudo que está escrito aqui até agora é sobre as mulheres, ou então, no mínimo foi escrito por mulheres. Ou por esquilos, o que no fim dá no mesmo. Mulheres que pensam o mundo e tentam desvendá-lo. Mulheres que saem para comprar cigarro às 4 da manhã e dominam o Mundo. Pessoas assim são perigosas. "Desvenda-me ou te engolirei". Será? Bom, posso tentar, afinal já engoli tanta coisa na vida, uma pessoa talvez não seja tão difícil assim.

O manuscrito de dominação foi terminado. Sua primeira sessão pelo menos. Em todos esses meses de silêncio alguma coisa estava acontecendo. Alguém em algum lugar estava trabalhando no manuscrito de dominação mundial. Mesmo parado, aparentemente em repouso, sonhando, chorando ou rindo, este pequenino esquilo estava trabalhando arduamente em alguma coisa bem importante realmente. Em breve iremos publicá-lo online, precisa fazer a revisão. Essa é minha parte. Não fui eu que escrevi, vou apenas revisar. Mas um aviso aos homens: lê-lo pode mudar sua vida (!), você pode não entender, então tudo bem, mas se entender as conseqüências podem ser terríveis.

Mas voltando às mulheres, será possível entender ou desvendar o ser feminino? Elas não contam suas lágrimas. O que vai dentro desses seres? Quais mistérios se escondem em seu silêncio? Que perigo vive em sua ira? Uma mulher é algo sagrado e como tal deve ser tratado. Por elas mesmas inclusive. Sinto que algumas se esqueceram disso. Uma pena... espero que essas se lembrem logo.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Sobre a arte que imita a vida

A carne rosa sobre o fundo azul. Cabelos brancos e um olho de anjo. Outro de demônio. Porque essa obra mexe tanto comigo? O que carrega nas costas? As mulheres estão sempre carregando coisas. Suas. De seus Filhos. Seus homens. Que carcaça é essa que corajosamente ela carrega? Um anjo? Um morto. Suas dores? Seus amores?

Me fala sobre a essência da mulher. De carregar, de agüentar. Será que um dia ela larga? Tudo no caminho? E então estará leve novamente para seguir...

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Bonitesa

Sabe a bonitesa do ser?Pois é...Ela explode aonde mesnos se espera.Assim como a feiúra.Quando vc pula como um esquilo por achar a noz, o mundo faz sentido.O universo fica escondido na casaca da noz e escondendo assim o segredo que depois de roído é revelado.Essa é a mágica da vida acontecendo.Assim como as plantainhas corajosas que explodem as brechas de cimento de calçada.O que tiver de ser será.Amor e ódio transformam o mundo.Os dias pequenos ganham mais força e mais cor.Repare por aí a felicidade e por favor não vá embora.Vc logo vai perceber.Tem gente agora olhando para o seu lado com um jeito interessado.Aí é a hora de pagar pra ver.Só amor na verdade transforma realmente o mundo.Você vai ver que os seus dias pequenos vão ganhar mais cor.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Por ser Esquilo

Por ser esquilo sou pequena, tenho o rabo comprido e me assusto com tudo que vejo.Construo minha morada dentro do tronco de alguém (carvalhos e cerejeiras), onde abrigo a filharada do vento da chuva e do frio.Sou um bicho roedor, estou sempre á trabalhar. Pulando de galho em galho não paro pra descansar.Tenho muitos amigos e não faço mal á ninguém.Na Floresta sou conhecido como um bichinho de bem.O esquilinho se assusta com tudo que vê.Sim sou um esquilo.Sou um bom esquilo.Um digno esquilo, sem dúvida.porque ser esquilo é ser muito.É tanto que não pode ser.O esquilo não é gente (ainda bem) é ente.Ele não existe, ele perdura.E a essência esquílica pode ser reconhecida entre dois esquilos.Quando um esquilo vê o outro eles pulam, pulam e pulam...Quando um esquilo finalmente acha outro, o universo faz sentido.Por ser esquilo.Apenas por isso. Simples assim...

segunda-feira, 3 de novembro de 2008


Desapego

Putzs que parius, que droga é essa?
"O caminho do ser junto à eternidade é solitário". Quem disse essa sacanagem? Não me lembro, mas tenho raiva.
Desapego ao dinheiro, desapego aos amigos, ao amor. Qual é a maldita vantagem? Sou apegada sim, fazer o quê?
Quero sim o que é meu, e muito!!!
Mas o ruim é quando a gente não percebe que na verdade, nada daquilo era seu. Aí só tem uma solução: desapegar. Ah e dói, mas tem um segredo, não conta para ninguém: (vai passar).

sábado, 1 de novembro de 2008

Sobre oferendas e mulheres livres de ciúme

Eis que surge a oferenda maior. Ele pula, corre, deita e rola. Voa. Alguns tombos depois, algumas cervejas depois, alguns abraços depois, ele dança em volta da fogueira. Eis aqui minha oferenda.

Percebo o movimento. Ele chega de mansinho, ela a princípio não dá a mínima. A conversa se inicia. Risos de um lado, gargalhadas de outro. Abraços. Mais abraços. Milhões de abraços. E do meu lado uma conversa sobre aborígenes. Escuto e dou contribuições mínimas. Ouvidos aqui, olhos longe, coração gelado.

Alguns didgeridoos, aborígenes, lendas e vibrações depois, um beijo. E depois outro e outro e outro, e mais outro. Ok. Entendi. Não tem fim. Meus companheiros de conversa vão embora, fugindo de mais uma fria noite curitibana. E agora?

Sozinha no gramado, longe da fogueira, ao som de um violão desafinado. E agora?

Encaro a bronca. O problema perde força. Paro para pensar se aquilo me incomoda. E a resposta é não. E agora?

Alguns diriam que é loucura, outros diriam que é falta de amor próprio. Tenho uma terceira opção. Amor incondicional. É, talvez seja um tiquinho de loucura. Uma pitada de discernimento, meia dúzia de alegrias passadas, a surpresa de alegrias futuras, e a certeza de que nada é por acaso.

E eu grito "Volta pro mar oferenda!". Mas logo mudo de idéia. Fica aqui, ao meu lado, para quando eu precisar.

Sobre homens parte I


Sabe, não é o meu papel fazer ninguém virar homem. Esse é o papel do próprio homem, tem que ter fala de homem, postura de homem. Estou cansada de viados, não homosexuais, porque destes já cansei de ver bem mais machos, mas sabe, aquele homem com postura e fala de homem. Que assume as merdas e leva as porradas que deve levar, não simplesmente porque faz muita merda, mas porque é Homem. E homem tem que agüentar, tem que saber, tem se fazer confiar.
Sabem bem do que estou falando, as mulheres, homens que têm palavra. Falar e desfalar depois é fácil, mas falar pra valer... até porque para eles é fácil falar, já que não existe pensamento antes da verbalização. Mas, bem... eu acho que existe esse homem, e tira a mão porque ele é meu!!!!
Quero um homem/mulher. Homem, bem macho, testosterona a valer, mas com alma feminina no sentido de ter palavra e honra (será que as mulheres têm isso? Bom eu tenho, ou tento).
Voltando ao assunto eu quero um homem, alguém se candidata? Alguém ousa? Alguém pode provar que é homem acima de qualquer ereção? Quero ver...
Tenho sonhado com esse homem, calado, amoroso, quente, o cheiro..... tudo isso, será que ele vem?
Estou esperando, vou esperar. Talvez venha.
Não, não quero que me salve, apenas me siga, pelas minhas trilhas, vou segui-lo também.


sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Sobre árvores, esquilos e livros queimados na Idade Média







Mas, chega de arte e vamos falar das árvores. Isso mesmo, árvores, daquelas bem grandes e ocas no meio aonde moram os esquilos. Se uma árvore dessas, cair no meio da floresta e não tiver ninguém para ouvir, nem mesmo um esquilo pequenino, a porra da árvore faz barulho quando cai?
E se você, homem/mulher for um personagem de um livro com uma cópia somente e essa cópia foi queimada em alguma grande fogueira da idade média?
Bom, não conheço essas respostas, mas pensando bem para a árvore não faz diferença se ela fez barulho quando caiu, isso atinge apenas os esquilos, pois se fez barulho eles puderam fugir, e de qualquer maneira a árvore era a casinha deles.
Quanto à questão do livro, para os homens realmente não importa, nem mesmo aos esquilos...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

arte, olhar e esquilos




Gosto da idéia do colecionador, do artista que enquanto praticante da colagem torna-se um colecionador de pequenos (ou grandes) lixos-tesouros, peças, fragmentos que vão sendo guardados e estocados. Talvez todo artista seja um pouco colecionador de fragmentos físicos e fragmentos idéias, peças ou pedaços que não sendo inteiros precisam da interferência do artista para se tornar arte.
A colagem que já foi tomada pelos dadaístas como uma como uma das formas de negação da arte, pode hoje ser vista como uma forma da arte apropriar-se de um mundo que é o mundo da imagem e da informação fragmentada. Jornais, folders, santinhos em época de eleição, sticks, lambe-lambe, adesivos, outdoors, internet, lixo, entradas de cinema/teatro/parque de diversão/museus?, latinhas de refrigerante,propaganda, a roupa que nos serve e a roupa a que servimos; esses são apenas alguns exemplos de material para a colagem, esses são materiais do mundo em que vivemos e são matéria prima para as colagens.
Como dentro disso tudo escolher o tema, fazer a imagem aparecer, coerente em seu conjunto? Como fazer do lixo do nosso mundo Arte? O que não é completo, o que não tem valor para a maior parte das pessoas pode sim passar pelo “toque de Midas”, mas que trabalho dá esse toque. Claro tudo depende do olhar, o olhar treinado, a angústia e sim do acaso (mas só um pouquinho).



O texto Janela da Alma, Espelho do Mundo, fala do olhar. O olha que certamente tem a ver com minha poética pessoal, que tem a ver com a arte e com a relação do ser humano com o mundo (físico e das idéias) que nos cerca. “As janelas da alma, são espelhos do mundo”[1] diz Marilena Chaui. Sim, nosso olhar é o espelho do que esta fora, e como todo espelho inverte a imagem, distorcendo a realidade. O olhar é físico sim, parte dos olhos e do cérebro, mas é antes de tudo o espelho de nosso mundo, é como entendemos nosso mundo, como acreditamos nesse mundo (pois acreditamos naquilo que podemos ver ou achamos que podemos entender). O olhar é o mundo interno da pessoas e é também sua relação com o mundo externo. É com nosso olhar que abraçamos o mundo. E ao fechar os olhos, quem garante que o mundo não deixa realmente de existir? Talvez as crianças sejam mais sinceras com relação a essa relação com o olhar. “Quando a criança pequenina começa a aprender a brincar de esconde-esconde rimos porque fecha os olhos, certa de que, ao fazê-lo, os outros deixam de vê-la porque ela deixou de vê-los.”[2] Mas será que não agimos assim o tempo todo? “Fechamos nossos olhos” (leia-se fingimos que não existe) para aquilo que não queremos ver (leia-se o que nos incomoda) e seguimos felizes adiante em nossas vidas como se aquelas coisas tivessem realmente deixado de existir?
A arte nos faz olhar muitas coisas que “não queremos ver” e por isso tantas vezes nos incomoda, mas principalmente para o artista, a arte nos faz entrar em contato com esse olhar que mostra e esconde e por isso angustia. Falamos tanto em “treinar o olhar” par a arte, para a estética. O que é esse treino além de nos forçarmos a enxergar o que antes não enxergávamos por descuido, proteção ou incompetência?
No trabalho com a colagem fui obrigada a rever, a olhar de novo a minha poética, o meu trabalho anterior e lidar com a angústia de uma linguagem que não é a minha (ou talvez seja mas eu não queira por preguiça de me adaptar). Tive que reaprender a olhar e entender que tudo era possível dentro dessa nova (na verdade velha) conhecida ou reconhecida, a colagem.
Quando olho para meu trabalho, vejo algo que é meu e algo que não é mais. “No campo psicanalítico, Freud cita Groddeck quando diz que sou governado por forças contra as quais não posso praticamente nada; sou vivido, não vivo. O indivíduo é um que conhece e também um outro que não conhece e do qual nada pode saber.”[3]
Claro todos temos coisas e momentos em que não nos reconhecemos, mas o que isso significa? O que significa olhar-se e não conhecer-se ou reconhecer-se? O que vemos, o que nos olha? Quem somos quando tentamos olhar a nós mesmos? São todas perguntas humanas, que sem resposta para mim parecem ter mais importância.
Ao trabalhar nesse projeto com o corpo humano (e sua alma) e com colagem, posso me perguntar como fui parar ali dentro. Com partes do meu corpo copiadas e recortadas e repetidas e recolocadas e coladas. E junto com isso as texturas que me vestem, ou me envolvem, os fios. Eu sou fio também, sou eu ali recortada, são elementos da indústria têxtil brasileira (ou será chinesa?) desfeitos, cortados e rasgados, rearranjados e colados, copiados. Tudo isso para falar de mim e de você, para o meu olhar e para o seu também, especialmente para os esquilos.

[1] NOVAES, A. O Olhar. SP: Cia das Letras, 1988. Artigo: Janela da Alma, Espelho do Mundo de Marilena Chaui. Pg 34.
[2] NOVAES, A. O Olhar. SP: Cia das Letras, 1988. Artigo: Janela da Alma, Espelho do Mundo de Marilena Chaui. Pg 32
[3] NOVAES, A. O Olhar. SP: Cia das Letras, 1988. Artigo: Olhar-Louco de Fábio Landa.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Como é que um ser como eu (humano) consegue apreender toda a importânica da essência esquílica?E como minhas primas também o conseguem? Alguém sabe qual é a finitude existencial esquílica?Se é esquílico, necessariamente é importante tal coisa?Porque se eu pudesse eu seria um esquilo.Sim eu seria um bom esquilo sem dúvida. Ou apenas um esquilo então, somente.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Ilusão





A vida é só ilusão, apenas ficção. Somos matrix, 1984, 2001 a odisséia no espaço. Somos isso tudo.
Quem nunca, em algum momento da vida, não teve certeza que era a personagem de um livro? E um bem sacana por sinal. Quero tantas coisas... dentre as quais muitas. Mas a principal, queria ser leitor nao personagem.... talvez, com sorte, esquilo

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Quando entra-se na delícia de descobrir o mundo por debaixo da pele, simplismente não para e é perigoso. Só que não para porque tá gostoso! Nesta procura de dominação mundial vem a resposta advinda de um bom esquilo;
Domine a sí mesmo!
Tá. Acho isso humanamente impossível. E que saco!Somos um deles...
Que tal contar para todo mundo, que sim somos tacanhas?
Porque tacanha todo mundo é. E defendo a nossa condição de sermos tacanhas na terra.
Ter a real constatação, que de maneira alguma conseguirá saber o que realmente é valoroso me dá mais conforto. Que se fosse atingível, essa dança não aconteceria.Que se alguém atingiu, pode começar a nova dominação mundial. E saber da natureza tacanhística dos humanos me faz por hora me dar o luxo de fazer o fútil. De perguntar, querendo achar respostas (mesmo que elas não respondam) e de desconstruir em cada amanhecer certas verdades perfeitas.
Porque por enquanto, a única coisa que sei é que eu queria ser um esquilo.
E se fosse um esquilo eu seria realmente o bom esquilo.
Seria um bom esquilo, sem dúvida.

Decifra-me ou Eu te devoro...


Estava aqui arquitetando mais um fabuloso plano para a dominação do mundo, mas como posso fazer tal feito se ainda não dominei a mim mesma?
Passo horas fazendo coisas fúteis, sim fúteis! E, como toda futilidade é fútil! Estava sendo fútil mais uma vez fazendo futilidades.
Ufanismo ingênuo, talvez insensatez... Não sei... Meu vazio agora se esvazia!
Ah! Já estava esquecendo da missão... A missão que temos de dominar o mundo, talvez isso seja coisa para a Elite.
Por falar em Elite, que privilégio fazer parte da elite da “turma do fundão”.