sábado, 1 de novembro de 2008

Sobre oferendas e mulheres livres de ciúme

Eis que surge a oferenda maior. Ele pula, corre, deita e rola. Voa. Alguns tombos depois, algumas cervejas depois, alguns abraços depois, ele dança em volta da fogueira. Eis aqui minha oferenda.

Percebo o movimento. Ele chega de mansinho, ela a princípio não dá a mínima. A conversa se inicia. Risos de um lado, gargalhadas de outro. Abraços. Mais abraços. Milhões de abraços. E do meu lado uma conversa sobre aborígenes. Escuto e dou contribuições mínimas. Ouvidos aqui, olhos longe, coração gelado.

Alguns didgeridoos, aborígenes, lendas e vibrações depois, um beijo. E depois outro e outro e outro, e mais outro. Ok. Entendi. Não tem fim. Meus companheiros de conversa vão embora, fugindo de mais uma fria noite curitibana. E agora?

Sozinha no gramado, longe da fogueira, ao som de um violão desafinado. E agora?

Encaro a bronca. O problema perde força. Paro para pensar se aquilo me incomoda. E a resposta é não. E agora?

Alguns diriam que é loucura, outros diriam que é falta de amor próprio. Tenho uma terceira opção. Amor incondicional. É, talvez seja um tiquinho de loucura. Uma pitada de discernimento, meia dúzia de alegrias passadas, a surpresa de alegrias futuras, e a certeza de que nada é por acaso.

E eu grito "Volta pro mar oferenda!". Mas logo mudo de idéia. Fica aqui, ao meu lado, para quando eu precisar.

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